Sobre|About


Sou Rosane Morais, nasci em Porto Alegre em 1956 e o desenho sempre fez parte de mim. No início da década de 80 ingressei no Atelier Livre de POA e participei de várias oficinas. Para desenvolver meu trabalho, estudei desenho, escultura, pintura e História da Arte. Sempre num exercício constante do aprender, buscando formas, amadurecendo o processo criativo, um caminho de expressão. A linha do desenho, a criação, a arte, a emoção, é o que sou. Materializar essa trama é um desafio que sempre busco. Desde 2005 desenvolvo um trabalho que envolve marcas do corpo na pele, “PELE ENVELOPE DO CORPO”.

A pele marca nascimento, vida e morte, com cicatrizes visíveis e invisíveis. A arte no pano. O tecido é a segunda pele que cobre, envolve, abraça, protege a primeira pele, a trama da vida. O fio... a teia... a linha da vida representada na palma da mão. A agulha e a linha costuram a roupa e costuram a pele representando a dor, a cura e a proteção. Costuras, alinhavos, moldes, cores. O redondo dos bastidores que minha mãe usava... A brincadeira de roda, o carrossel, a roda gigante...brincadeiras de minha vida. Cicatrizes, remendos mostrando marcas do tempo....A flor...flor da pele... o cotidiano fazendo uma relação da flor com a pele. Flores, botões, fitas, malhas. Listra, xadrez. Enruga, amassa, passa... passa... Lava, esfrega, amacia, estende, renova, dobra, guarda... Suja....lava, seca, passa...passa...passa.... Recomeça. Joaninhas, trava de segurança, alfinetes? Agulhas, pontos, ponto final? Desenha... pinta... escreve... assina. É como nossas vidas. Assim como a primeira pele guarda recordações, saudades, lembranças, apego, emoção, emoções à flor da pele...memórias...rituais de passagem, sendo um “perceber” de todos nosso órgãos de sentido.

A textura leve e transparente do tule, com a forma das células. Véus, mosqueteiros, proteções. A PROPOSTA DE NÃO COSTURAS e sim DOBRAS – CORTES – SEGURANÇA é romper com molduras, barras, acabamento, é simplesmente viver, é uma relação com a vida. Tudo termina, tudo começa, a cada fio um momento, fazendo a gente se dar conta de como é bom viver a cada instante. Sendo assim, somos os cabides, suportes de nossas próprias escolhas, o que nos faz e o que nos compõe num todo... Como o nosso esqueleto é o cabide do nosso corpo carnal, nós somos o cabide das nossas tramas, fios e linhas de nossa 2ª PELE.